A técnica de Correntes de Despolarização Termoestimuladas (CDTE) é utilizada no estudo de defeitos dipolares para a caracterização de cristais iônicos. Essa técnica consiste na medida de correntes geradas pela aplicação de um campo elétrico a baixas temperaturas em amostras que apresentam defeitos com momento dipolar resultante. Esses dipolos se alinham com o campo externo aplicado e retornam ao estado de distribuição aleatória, com o aquecimento do cristal. Para otimizar o processo de medidas, uma segunda câmara porta-amostras foi construída e conectada ao sistema permitindo que seja efetuada medida em uma câmara enquanto a outra permanece em vácuo e possibilitando que medidas sejam feitas sucessivamente. As câmaras foram dispostas de tal maneira que se uma delas é aberta à pressão atmosférica, a pressão na outra não é afetada. Utilizando a técnica CDTE, foram estudados defeitos dipolares em cristais de espinélio MgAl2O4. O espectro da amostra R apresenta duas bandas em 160 K e 290 K. Temperaturas acima de 700 K destroem a segunda banda que é restaurada com irradiação ? de 1500kGy. Em outras amostras essa segunda banda só é observada após a irradiação. A primeira banda, em 160 K, não é afetada por tratamentos térmicos e por irradiação. As duas bandas estão relacionadas a defeitos de origem dipolar, a primeira ao par [Mg2+]Al3+-O3 e a seunda ao par [Fe2+]Al3+-O3.
